segunda-feira, 24 de agosto de 2009

dada II

Caminhando sobre suas ligações neurais percebe-se agitações facilmente reconhecíveis, talvez apenas reconhecíveis para quem conhece. No submundo de seus medos deita-se e dorme-se em paz, abraçado em monstros reais, da mente real da realidade espelhada. Tragando bebidas e tomando cigarros - ainda não são proibidos - as agitações aumentam, mas parecem descansar na evolução descoordenada de seus sonhos. A experiência existencial provoca impulsos que são traduzidos em sentimentos, invisíveis e indecifráveis, excitando sentidos, criando mundos e destruindo outros. Falsamente interessante afoga-se em seus copos de bebida jamais tomadas. Destrói-se em caminhos retos de infinitas curvas, enfim acorda de seu tormento em frente a um espelho sujo num banheiro fedido, não se sente feliz nem melhor, apenas pronto para recomeçar.
O que podemos fazer?
Não fizemos, talvez façamos.
O que posso fazer?
Não fiz, talvez não faça nunca.
O que você pode fazer?
Deveria ter feito, ou talvez fosse melhor nem ter esperado por isso.
O que ele pode fazer?
Não sei, não é a mim que deveria perguntar.

Isso não tem sentido, a menos que lhe diga alguma coisa, para mim não diz nada.
O que faz sentido?

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Dada

Dentro de uma caixa escura
Eu danço, as luzes piscando passeiam através de meu corpo
Os 'flashs' me cegam
Eu me transporto
O lugar provavelmente nem existe,
Ou talvez exista, seja mais real por ser imaginado
As pessoas falam língua distinta do cafona português do dia-a-dia
Eu estou nesse novo mundo
Eu quero ser parte dele
Canto junto sem entender o que dizem e sem que entendam o que canto
Sensação de poder, de ser, de ter
E vejo beleza nisso
O belo se torna vago
O feio também
Louvando o nada
Aparentemente somos parte de tudo

Louvando o nada
De repente estou fora
Apenas dentro de mim
Que não tem nada
Fazendo tudo para substituir a própria vida
O fascinante outro
O belo outro
I wanna be... but I'm not

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

'La dolce vita'

Foda-se tudo.
'Foder' é uma palavra feia, diriam alguns, mas eu não me importo. Na verdade nada tem importância, nós é que atribuimos significados às coisas, poir mais insignificantes que elas sejam, e criamos um mundo tão real que acabamos por viver dentro dele. Não passamos de fumaça, de memória, não somos nada...
Pensar é chato, escrever é chato, trabalhar é chato, quase tudo é chato, até as coisas que gostávamos ontem, hoje não parecem mais tão interessantes. E eu me pergunto: Quem se importa? Provavelmente ninguém, nem mesmo eu. Então foda-se.