quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Devaneios regados a álccol

Eu não fumo. Devo esclarecer isso, mas o cigarro está queimando no cinzeiro. Também não é um cinzeiro porque como já disse, eu não fumo, então não tenho cinzeiro. Para quebrar o galho serve uma xícara. Ouço um chorinho e me dou conta que estou escrevendo e pela primeira vez parece que faço isso com seriedade, pode ser o efeito do álcool. Sim! Beber, às vezes bebo. Não por necessidade, mas por vontade mesmo.
E a música me acalma e faz bem.
Hoje não preciso de mais nada que isso.
É noite. Ainda não mencionei que é noite, quase 23:00. Isso não importa. Na verdade nada me importa agora. Talvez só o fato de eu estar vivo. E eu nem sei o que é a vida, tenho vaga impressão.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Sangue vegetal

Um tomate uma vez cismou que era um humano adulto, se vestia, comia, aprendeu a falar, afinal, começou a fazer tudo que os humanos adultos fazem, até que se casou com uma tomate que também cismava ser um humano adulto. Tiveram filhos e seus filhos conviviam com humanos, começaram a se tornar tomatinhos meio humanos, até comiam seus parentes em suas refeições. Com o passar dos anos os descendentes dessa família de tomates se habituaram tanto com a vida humana que começaram a adquirir características físicas de homo sapiens, se espalharam, cruzaram com os mamíferos bípedes, se reproduziram, envelheceram, morreram e deixaram a semente tomatesca no gene de uma porção de seres humanos que agora já não mais sabiam de seus antepassados ancestrais vegetais...
Aconteceu algo semelhante a outro vegetal, mas esse era um fruto cítrico, nada menos que a rechonchuda poncã. Essa conseguiu receber respeito um pouco antes devido sua casca mais grossa, ela podia se defender caso alguém quisesse chupá-la. Como os tomates, a poncã foi adquirindo características humanas conforme o tempo passava. O mais interessante é que ela se impôs e imprimiu certa característica aos humanos seus descendentes: bunda avantajada, como dois grandes gomos de poncã.
Milhares e milhares de anos se passaram até que um humano descendente dos tomates conheceu uma representante do clã das poncãs, se apaixonaram algum tempo depois, não foi fácil, mas conseguiram se casar e tiveram um bebê com as melhores características dos tomates e das poncãs.
O pequeno tomate poncã tornou-se então, um jovem bonito e garboso. Anda por aí, no meio dessa multidão, não sabe e não saberá jamais de onde veio. Só sabe que quer aquele carro super possante que está na moda.

Outro

Goste
Levante a moral
Dê dinheiro
Aperte a mão
Seja fiel
Idolatre
Dê fama
Goste mais
Sirva de escada
Beije a foto
Dê poder
Copie
Aprove
Vicie
Talvez olhe
Fale
Ouça
Chore
Grite
Acredite

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Agonia

Letras sobre um papel rabiscado
ouve-se uma música ao longe
o que se diz não se ouve
olha-se para dentro
não há nada
os sentidos se perdem lentamente
olhe suas mãos!
agoniza-se buscando seus próprios olhos
eles podem ter alguma resposta
questionamento sem propósito
experimento, experimento, experimento
agoniza-se em pensamentos
vê-se as letras
convite para outra vida
o trabalho precisa ser feito
atrapalha
se faz em fumaça
vem a música e modifica
nunca se é bom o bastante
falta consistência
faltou nexo
neurônios desconectados
Estou roendo minhas unhas.
Não! Não estou nervoso nem houve nada de anormal, sempre roí minhas unhas. Não me lembro quando comecei.
Não gosto de expôr meus sentimentos nem meus pensamentos. Quando vou à alguma reunião dificilmente dou minha opinião, tenho a impressão que minha educação foi extremamente bem sucedida. Imagine, não sou capaz de formar uma opinião consistente o bastante para me impôr. Me sinto massa de manobra. Talvez alienado. Talvez apenas introspectivo.
Não sei o que me dá. Quando leio o que escrevo me dou conta de quão ridículo é aquilo que foi escrito, pode ser culpa de minha baixa-estima, por outro lado, quem se importa se eu escrevo bem ou mal? Engraçado que eu não tenho coragem de apagar. Aí evidencia-se outra característica, o difícil desapego das coisas.

Beijo

Eu nunca escrevi eu te amo aqui. Não seja por isso, hoje estou com vontade de dizer. Podemos ter meio que caído naquela rotina, mas não deixei de te amar. O Amor deve ser aquilo que acreditamos que ele é, assim eu te amo verdadeiramente porque acredito.
Era apenas para dizer que te amo.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

E a passagem subiu 30 centavos. Incrivelmente as pessoas não fizeram nada além de reclamar na hora. O pior é que o serviço continua o mesmo, ônibus lotados e frequencia pequena para a demanda. Tudo voltou ao normal, o calor se faz presente nos ônibus cheios, as pessoas se ignoram, a única diferença é que pagam mais pelo passe. Mas isso não tem problema desde que não precisem se relacionar com outras pessoas, incômodo desnecessário.
Como diz aquela música do Gabriel "O Pensador": Até quando você vai levando porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Quando

Eu quero ser livre
escarrar na cara das pessoas
mostrar a verdadeira face das coisas
a sujeira que tem embaixo da casca
ver as coisas como elas deveriam parecer
sem hipocrisia
a tristeza
as decepções
os corações partidos
gritar que tudo é uma bosta
e espalhar a merda no ventilador
ou quem sabe liquidificar ela para ela atingir o maior número de mentes

Quanta merda
quanto vômito
quanto choro
quanto desalento
quantas vidas
quanto sangue

Quando serei capaz de fazer isso?